Hugh Herr está a contribuir para redefinir o potencial humano e projectar um mundo em que a tecnologia apaga a deficiência.
Mais do que um proeminente especialista na sua área,
Herr é uma inspiração viva.
Hugh Herr é um exemplo de como vencer a deficiência. Antes de Hugh Herr se tornar conhecido por criar alguns dos membros artificiais mais avançados do mundo, já era considerado um prodígio na escalada de rochas.
Com apenas 8 anos, Hugh já tinha escalado uma parede rochosa do Mount Temple, no Canadá, com mais de 3500m de altura.
Com apenas 17 anos, Hugh foi apanhado por uma nevasca, tendo ficado preso na montanha durante três noites com temperaturas de -20° C. Quando foi resgatado tinha sofrido queimaduras severas provocadas pelo gelo e como consequência, as duas pernas foram-lhe amputadas.
No entanto, após meses de cirurgias e reabilitação, Hugh voltava a fazer o que os médicos consideravam impensável: escalar novamente!
Usando próteses que ele próprio projectou, conseguiu atingir uma altura mais elevada do que antes do acidente, tornando-se a primeira pessoa amputada na história a competir a nível profissional com pessoas sem deficiência.
Ele percebeu que era capaz de se mover mais rápido e mais alto do que antes. Isto devia-se, em parte, ao facto de as amputações o terem deixado mais leve.
E colocou a si próprio uma questão:
“Por que é membros artificiais não podem superar os reais?”
Herr percebeu que não havia razão para que seus novos pés imitassem os velhos. Ou seja, podia cortar o calcanhar para reduzir o peso, aumentar a rigidez das pernas onde era útil, acrescentar espigões para escalar no gelo ou tornar os pés suficientemente estreitos para caber em pequenas fendas das rochas. Desta forma, conseguiu escalar rochas a que não teria conseguido aceder antes do acidente, com pernas biológicas. A isto chama-se vencer a deficiência!
Perante o sucesso dos seus membros de artificiais, Herr decidiu prosseguir os seus estudos. Procurou então adquirir competências que lhe permitissem “promover a tecnologia não apenas para mim, mas para todos”. Obteve o mestrado em Engenharia Mecânica e um doutoramento em Biofísica. Actualmente, é o director do grupo de pesquisa em Biomecatrónica do MIT Media Lab. Concentra-se no desenvolvimento de membros biónicos que imitam a função dos membros naturais e proporcionam maior mobilidade e nova esperança às pessoas com deficiência física.
Em 2011, a revista TIME intitulou-o “Líder da Era Biónica” por causa de seu trabalho revolucionário no campo emergente da Biomecatrónica – tecnologia que combina a fisiologia humana com a electromecânica.
Hugh desenvolveu novas tecnologias biónicas avançadas, incluindo
- um joelho artificial controlado por computador;
- uma ortótese activa de tornozelo-pé;
- a primeira prótese de tornozelo-pé do mundo;
É também autor e co-autor de mais de 150 artigos e patentes. Estes abrangem os campos da biomecânica e controle de movimento biológico, além de inovações tecnológicas nas áreas da reabilitação e aperfeiçoamento de membros.
Herr já recebeu vários prémios pelas suas criações inovadoras e viu a sua história contada no filme da National Geographic, “Ascent: The Story of Hugh Herr“.
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